Sermão pregado na manhã de Domingo de 13 de Abril de 1873,
Por Charles Haddon Spurgeon
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.
“E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia.” Lucas 24:5-6
O primeiro dia da semana comemora a ressurreição de Cristo, e, seguindo o exemplo apostólico, temos constituído o primeiro dia da semana como nosso dia de repouso. Isso não nos sugere que o repouso de nossas almas deve ser achado na ressurreição de nosso Salvador? Não é certo que uma clara compreensão da ressurreição de nosso Senhor é, através do Espírito Santo, o meio mais seguro de trazer paz as nossas mentes? Ser participante da ressurreição de Cristo é desfrutar desse dia de repouso que resta para o povo de Deus. Nós que temos crido no Senhor ressuscitado entramos no repouso, assim como Ele mesmo repousa a destra de Deus. Nele descansamos porque Sua obra foi consumada e Sua ressurreição é a garantia de que aperfeiçoou todo o necessário para a salvação de Seu povo, e nós estamos completos Nele. Eu confio que, pelo poder do Espírito Santo, sejam semeados nas mentes dos crentes alguns pensamentos condutores ao repouso, enquanto realizamos uma peregrinação ao sepulcro novo de José de Arimateia e vemos o lugar onde o Senhor esteve sepultado.
I. Primeiro, nessa manhã irei falar-lhes sobre certas LEMBRANÇAS INSTRUTIVAS que se aglomeram em torno do lugar onde Jesus dormiu “com os ricos na morte”. Ainda que Ele não está ai agora, com toda certeza esteve ai uma vez, pois “foi crucificado, morto e sepultado”. Esteve tão morto como os mortos estão agora, a ainda que Ele não pudesse ver a corrupção, nem podia ser retido pelos laços da morte mais além do tempo predestinado, contudo, Ele esteve sem sombra de dúvida morto. Não restou nenhuma luz em Seus olhos, nem vida alguma em Seu coração. O pensamento fugiu de Sua fronte coroada de espinhas, e Sua boca de ouro emudeceu. Ele não morreu simplesmente em aparência, mas sim em realidade; a lança resolveu essa dúvida de uma vez por todas; portanto, tendo sido morto, foi colocado em um sepulcro como um idôneo ocupante da calada tumba. No entanto, como Ele não está ali agora, mas ressuscitou, nos corresponde recolher os objetos que nos recordam que Ele esteve ali. Não contenderemos com os sectários supersticiosos pelo “Santo sepulcro”, mas sim iremos recolher em espírito as preciosas relíquias do Redentor ressuscitado.